Vou lhe contar o que sei “A mais famosa
mãe-de-santo”
Preste bastante atenção De valor reconhecido
Essa história começa lá
No tempo da escravidão Dona Santa era querida
Quando era a lei do açoite Pelo dom que recebeu
Para o nosso negro irmão O seu povo consolava
Com a fé que
Deus lhe deu
O Brasil crescendo Abraçava quem
chorava
Virando uma grande nação Como sendo um filho seu
Era cheio de engenhos
E áreas de plantação Participou do
Leão Coroado
Mas na senzala só se via Maracatu tão conhecido
A tristeza e a humilhação Depois foi pro Elefante
Ao casar com Vitorino
Foi nesse tempo de dor Que era rei do
maracatu
Que nasceu um negrinha Além de ser negro bonito
Maria Julia do Nascimento
Que um dia seria rainha Foi luto pro maracatu
Rainha da corte africana Quando João Vitorino
morreu
Do maracatu que já tinha Dona Santa Lamentou
O amor perdeu
Na proteção dos orixás Mas sendo negra
guerreira
O maracatu se dança Seu sofrimento
venceu
Os passos de tradição
Aprendeu ainda criança Pelas ruas do Recife
No terreiro das senzalas Ao som do baque virado
Quando havia uma festança Desfilou como rainha
Tendo a corte ao seu lado
Com o fim da escravidão Dançava pro seu orixá
Maria Julia se animou Deixando o povo
encantado
Embora não fosse escrava
Com seu povo festejou Com oitenta e cinco
anos
Dona Santa, então, partiu.
A liberdade de viver Foi cumprida sua
missão
Segundo a fé que cultivou Nesse canto do Brasil
Seu espírito agora vive
E cresceu Maria Julia Nesse céu azul
anil
Filha da mamãe Oxum
Fundou terreiro no Recife Hoje mora a saudade
Como quis Pai Olorum No coração do
Elefante
Mãe de santo da gente boa Tocam gonguês e alfaias
Luis de França foi um E uma loa mais
vibrante
Conta para Pernambuco
Do povo que tanto amava Quem foi essa negra
gigante.
Recebeu outro batismo
Dona Santa, assim chamada.
Pelo bem distribuído
Jeane Siqueira (A RAINHA DO
MARACATU)